Transversalidade de Gênero e as lacunas categóricas do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2021

Autores

  • Mayra Carolina Ataide de Oliveira EAESP - FGV
  • Marcella Nery EAESP - FGV

Palavras-chave:

transversalidade, gênero, HIV, transexualidade, categorização

Resumo

O artigo tem por objetivo apontar os principais desafios da transversalidade de gênero, a partir de revisão de literatura em quatro eixos: concepção de gênero; articulação entre dimensão política e técnica; incorporação da interseccionalidade e relação entre igualdade de gênero e o mainstream governamental. Busca-se examinar o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2021 discutindo os resultados contraditórios das categorias utilizadas pelo instrumento para definir as populações vulneráveis, sobretudo mulheres trans, público com maior taxa de infecção da doença hoje no país. Identificou-se que a literatura brasileira parte de uma abordagem ampla de compreensão de transversalidade e que o Boletim se orienta por uma abordagem restritiva apresentando dados por categorias de exposição, ignorando outros mecanismos explicativos como grupos sociais e marcadores de gênero. Esses achados têm implicações para desenhos de políticas públicas para mulheres e contribui para avançar as análises em direção de demonstrações empíricas mais robustas sobre a transversalidade de gênero.

Palavras chave: transversalidade; gênero; HIV; transexualidade; categorização

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Publicado

11/30/2022

Edição

Seção

GT13 Relações Raciais e Interseccionalidade na Administração Pública