Reformas administrativas em Portugal e Espanha
da burocracia à transição digital
Palavras-chave:
Reformas administrativas, Paradigmas de Administração Pública, Modelos de Gestão, Portugal, EspanhaResumo
O objetivo deste ensaio é realizar uma análise comparativa das reformas administrativas ocorridas nos governos nacionais de Portugal e Espanha, com as dimensões de análise: as doutrinas das reformas, as suas justificativas e os seus valores subjacentes; a liderança de policy e os estilos e instrumentos de implementação. Os momentos históricos de transição entre paradigmas administrativos observados foram: a transição burocrática, a transição gestionária e a transição digital. Foi feita uma revisão da literatura sobre paradigmas de gestão e reformas administrativas em Portugal e em Espanha, consulta de documentos oficiais dos governos nacionais, entrevistas com policy-makers e acadêmicos, além da observação pessoal dos autores deste ensaio que já assumiram funções de responsabilidade nas administrações públicas destes dois países. As semelhanças foram os conteúdos, valores e justificativas das reformas, a preferência pelo instrumento legal (leis, decretos, resoluções), bem como a liderança e estilo de implementação, enquanto houve diferença na indução externa, Portugal mais permeável do que Espanha. Este ensaio aponta para uma aposentadoria da discursividade governamental vinculada à New Public Governance e a adoção, sem restrição, da linguagem de transição/transformação digital como paradigma de gestão.
